sábado, 30 de janeiro de 2010

MURDERS (início)

Vou colocar o início do meu livro pra ver se vocês aprovam hahaha:

THE MEETING

O típico dia em que está tudo errado. Um dia no qual sua alma está desgastada, amarga; e você percebe que as coisas já não merecem mais o seu interesse. Até ao olhar para o lado você percebe que as pessoas estão te encarando de um modo diferente. Risos maliciosos, olhares de reprovação... Você se pergunta se isso é reflexo do seu humor afogado na mais profunda e lamacenta depressão ou se é apenas uma terrível paranóia criada pela sua mente perturbada. Esse tipo de problema deveria ser coisa passageira, principalmente nos adolescentes, que não sabem lidar com os hormônios num carnaval explosivo dentro de seus corpos em desenvolvimento, não é? Mas e se você carrega consigo esses sintomas, ditos normais, há tanto tempo que nem consegue se lembrar de como é ter paz de espírito? Nada soa tão simples quanto deveria ser. Toda essa angústia pode estar muito além de uma casca que aparenta delicadeza e ingenuidade. Qualquer interior pode ser destruído por uma consciência suja? Irrelevante. Vamos partir do pré-suposto de que isso acontece com todo mundo pelo menos uma vez na vida.

 

Mayhem andava pela rua com a sua usual serenidade subversiva. Seus trejeitos inspiravam aquela calma que alguns passam à vida toda buscando. Contudo havia algo de errado com ela. May deixara seu pequeno e escuro “lar-doce-lar” á alguns metros dali com uma sensação boa. Talvez essa sensação agradável que a consumia agora não fosse exatamente boa - não fosse certa. Não para uma assassina. Ela não era o tipo de gente que merecia algo de bom. Ela sabia disso, mas não se envergonhava da vida que escolhera pra si mesma, que acatara de bom grado. Tampouco se sentia feliz ou realizada. Somente continuava vivendo por falta de uma opção mais atraente.

A única coisa que a reconfortava no momento era estar sozinha, como assim desejou que estivesse durante o caminho para sua casa. A garota continuava andando pela avenida, cortando ruas e mais ruas, desviando do insistente fluxo de máquinas em todos os quarteirões poluídos. O olhar perdido, o corpo intocável - por mais estranho que pareça, nenhum carro ousava se aproximar. Ela controlava seu destino e o próximo passo seria o mundo.


(...)